O objetivo desse texto é trazer uma reflexão para quem ainda não sabe do que se trata esse assunto, embora conviva com o tema, sem saber analisá-lo.
Mesmo o cidadão mais distraído já deve ter-se dado conta de como tem aumentado na discussão pública a militância que faz de identidades sociais específicas, como raça, gênero, orientação sexual, religião e etnia, o centro da disputa política. Assim como das controvérsias em torno desse assunto.
Os militantes identitários da esquerda são pessoas que decidiram, ao longo das últimas três décadas, trocar a razão principal do engajamento na disputa política típica da esquerda marxista de Karl Marx, Antonio Gramsci (marxismo cultural e leninista), a luta de classes, pela ideia de um conflito fundamental entre grupos que eles chamam de elites opressoras e privilegiadas, dos grupos que eles intitulam como minorias historicamente oprimidas.
O militante da esquerda tradicional ainda acredita que a esquerda esteja na luta de classes, o que já não ocorre mais, os interesses são outros, o que o marxismo cultural atende, seguindo a cartilha de Antonio Gramsci, o caminho para o poder preconizado pelos marxistas culturais é por meio da corrupção moral das pessoas. Segundo Gramsci, para alcançar isso, a grande mídia convencional, o sistema educacional e as instituições culturais devem ser infiltrados por agentes ideológicos e continuamente transformados e moldados de acordo com essa ideologia. A função destas três instituições não é esclarecer e iluminar, mas sim confundir e enganar.
A mídia, o sistema educacional e todo o aparato cultural devem ser utilizados para jogar uma parte da sociedade contra a outra. Enquanto as identidades de cada grupo (opressor e oprimido) vão se tornando mais específicas, a variedade dos grupos vitimológicos, bem como todo o histórico de “opressão” sobre estes grupos, vai se tornando mais detalhada.
A demanda por “justiça social“, por sua vez, cria uma infindável corrente de gastos públicos tidos como essenciais — para saúde, educação e aposentadoria, e também para todos aqueles que “estão necessitados”, ou que “são perseguidos”, ou que “são oprimidos”, sejam eles reais ou imaginários. O fluxo interminável de gastos nestas áreas corrompe as finanças do governo e produz crises fiscais. Isso ajuda os neo-marxistas a acusarem o “capitalismo” de todos os males, sendo que, na realidade, é exatamente o estado inchado e regulatório quem provoca os colapsos econômicos e é o excesso de endividamento público quem causa as fragilidades financeiras.
– o conflito estrutural inconciliável no capitalismo, que separa os que possuem os meios de produção e os que só têm a força de trabalho – perpetuará a “exploração do homem pelo homem” se não houver quem entre na disputa do lado dos explorados. Um militante identitário, por sua vez, está na política por que há uma opressão histórica contra uma determinada minoria, que tem que ser enfrentada politicamente por quem está do lado do oprimido a fim de se restabelecer alguma justiça ou impedir que a iniquidade se perpetue.
Dentro das novas políticas como meio de retomada do poder, a comunicação doutrinada aos militantes vem carregada de palavras de sobrevivência que mexem no que existe de mais primitivo na mente humana, além das emoções que procuram por um culpado do que eles são ensinados a pensar.
A esquerda identitária oferecem culpas para quem eles chamam de privilegiados, brancos, cis, héteros, assim como um conjunto de dívidas e obrigações decorrentes que cobram para que essas pautas sejam validadas.
Ora, ninguém gosta de se sentir culpado nem de assumir responsabilidade por pecados, principalmente quando julga que não os cometeu. Nem gosta de ouvir o tempo todo que tudo em sua vida é resultado de privilégios, principalmente quando olha em volta e vê que tem menos do que mereceria ter. Ou nem se considera propriamente uma pessoa desprovida de méritos, esforços e sacrifícios, que não tenha que matar um leão por dia, que não tenha tido que enfrentar desvantagens e dificuldades. Mas a esquerda identitária basicamente diz para esse sujeito que sua vida se resume a privilégios, que ele é parte da injustiça social e que tem que se acostumar a perder para que os outros possam, enfim, ganhar alguma coisa.
No campo político, a satanização do outro é um dos expedientes de comunicação estratégica mais eficazes. Demonizar o seu opositor, falar que ele é contra as pautas, que não respeitam as minorias são formas de mexer com o emocional e o imaginário das pessoas, colocando-as uns contra os outros, assim a esquerda identitária precisou do homem heterossexual, cis, branco e cristão para construir o seu próprio espantalho.
Para defender as minorias não é necessário criar narrativas que coloque eles contra nós, basta trabalhar as necessidades dessas minorias, sem impor a sociedade que absorvam pautas particulares.
A forma como é comunicado essas pautas vem carregada de palavras de ódio, comportamento agressivo como forma de potencializar os seus resultados.
Existe uma forma de se comunicar desses grupos minoritários, que manipula a opinião pública, a imprensa, e gera tumultos e resultados favoráveis, porém contraditórios a esquerda que nesta eleição de 2022 abriu mão de algumas delas, gerando insatisfação no seu público.
Alguns comportamentos comuns para gerar comoção na opinião publica:
1 – A ideia é fazer com que qualquer pessoa que não apoie a política identitária, seja desqualificado e o crítico, onde a esquerda, acusa de estar lutando por interesses e privilégios e não pela verdade ou por valores como a democracia e a justiça. Se a crítica for, digamos, a uma ação, premissa ou tática dos identitários negros é bastante fazer notar que o crítico é branco, se for a uma minoria religiosa ultraconservadora é suficiente apontar que o crítico é de direita, pertence à elite intelectual ou é liberal e não respeita as tais pautas.
A questão não é diminuir a importância de qualquer pauta, mas não obrigar que milhões de brasileiros tenham que aceitar o que uma minoria tem interesse, e se não aceito são chamados de facistas. A ideia é que se existe democracia na política identitária, que cada um entenda que existe diferente visões de mundo e que cada um deve assumir suas escolhas. Se existe um comportamento de totalitarismo, logo essa imposição não é democrática.
Texto editado, pesquisado em várias fontes.
Até o próximo post!
Liliane Daquino